segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Para voltar ao mercado, óculos do Google têm de ser menos estranhos


A partir de amanhã não será mais possível adquirir unidades de Google Glass, óculos inteligentes que a gigante de buscas lançou nos Estados Unidos e no Reino Unido. Na semana passada, a companhia anunciou a interrupção do programa de testes que possibilitava a compra do produto por US$ 1,5 (ou £ 1 mil), e agora ele pode passar anos em desenvolvimento sem ser lembrado pelo grande público.
Embora a notícia soe um tanto derrotista, o curto período de nascimento e morte do Google Glass pode ser interpretado positivamente, ainda mais porque foi, em partes, graças a ele que a indústria se mexeu para apresentar ideias em um segmento ainda inexplorado.
"O Google Glass gerou um interesse para óculos inteligentes que motivou outras companhias a trazer seus próprios desenhos para o mercado", ressalta a diretora de pesquisas da Gartner Angela McIntyre.
Quando (ou se) o Glass voltar a ser visto, possivelmente ele se voltará ao consumidor corporativo, que consegue enxergar mais oportunidades no produto. "As pessoas não sabem se óculos inteligentes seriam úteis o suficiente para pagarem por isso, mas usos específicos (...) estão conquistando o interesse do consumidor", explica a pesquisadora em entrevista ao Olhar Digital.
O Google pode ter errado ao considerar que o usuário comum estaria disposto a andar com um dispositivo tão fora do comum, afinal, levou um tempo até que a companhia percebesse a necessidade de investir na aparência do Glass.
Além disso, a interface de uso, as funções e o preço são desafios a serem vencidos, caso a companhia planeje uma volta ao mercado. "A próxima geração de óculos inteligentes poderia ter armações mais estilosas, feitas por marcas mais experientes e com funções que as pessoas pudessem usar sem se sentir socialmente estranhas."

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