terça-feira, 26 de fevereiro de 2013


Como Nascem os Hackers?

No início dos anos 60, um grupo de programadores do MIT - Massachusetts Instituto
of. Technology (web.mit.edu) se autointitulou hacker em alusão
as suas competências pessoais em lidar com computadores e
sistemas. Neste sentido, o hacker era alguém especialista em
lidar tanto com o software quanto com o hardware, incluindo
os sistemas operacionais. Era alguém que conhecia como
a palma da mão os sistemas de informática da época. Esta
autodenominação era uma forma de auto-reconhecimento
por serem realmente bons no que faziam. Sem falar que a
cultura americana incentiva a autopromoção. Por lá a humildade não é bem
vista. No Brasil ocorre justamente o contrário. Se alguém se diz bom em alguma
coisa é mal visto. Este excesso de humildade pode, de certa forma, atrapalhar o
desenvolvimento humano. Mas este não é o assunto deste livro.
Voltando ao MIT, a situação se complicou quando alguns destes cérebros brilhantes
resolveu ir para o lado negro da força e criar alguns programas com vida própria
para testes: os vermes e vírus. A confusão entre hacker do bem ou do mal (cracker)
começou na década de 80 quando surgiram os primeiros vírus e presenciamos a
criação da Legion of Doom em 1984. Foi lamentável essa confusão entre quem cria e
quem destrói. Por outro lado, ao associar em excesso o “hackerismo” à informática,
fez com que esta palavra fosse associada quase que exclusivamente aos especialistas
em sistemas de informática que usam este conhecimento para cometer algum
ato condenável. Se não houvesse este vínculo com a informática, teríamos hackers
nas várias áreas de atuação humana: o hacker escritor, o hacker médico, o hacker
jornalista, o hacker transformista, etc...
De forma resumida, em um primeiro momento (décadas de 60 e 70), hackers eram
os especialistas em software e hardware. Muitos desses hackers contribuíram para o
atual estado da tecnologia da informação. Como exemplos dos primeiros hackers,
temos gente do quilate de Vinton Cerf (‘pai’ da Net), Tim Berners-Lee (‘pai’ da
Internet), Steve Wozniak (criador do primeiro computador pessoal do mundo), Bill
Joy (criador do Unix) e Linus Torvalds (criador do Linux), entre outros.
Na segunda geração de hackers (iniciada entre as décadas de 80 e 90) começamos a
ter os problemas de vírus e invasão. O hacker passa a ser visto como o PIRATA
DA INFORMÁTICA e tratado como criminoso. O melhor representante desta
geração é o Kevin Mitnick, cuja fama mundial se deve ao excelente trabalho
jornalistíco-para-vender-jornal do The Washington Post. Não custa lembrar que o site
do Mitnick foi pichado, em uma ‘homenagem’ a sua libertação da prisão.
Ainda estamos na segunda geração de hackers, quase entrando na terceira. Não
temos ainda alguém tão famoso quanto os pioneiros.